terça-feira, 27 de março de 2012

Santo Antônio e Jirau: Hidrelétricas Malditas


Obras da UHE Jirau, dezembro 2011  - Fotos de Minplanpac
Telma Monteiro

Em 2001 teve início a saga "Complexo Hidrelétrico do Madeira". Do projeto idealizado inicialmente pela Construtora Norberto Odebrecht (CNO) constavam duas hidrelétricas, eclusas para navegação e um grande sistema de transmissão para levar a energia ao Sudeste. Furnas Centrais Elétricas foi convidada a participar do projeto, em 09 de janeiro de 2003, depois de uma reunião dos representantes da Odebrecht com o Ministério do Planejamento. O governo Lula, recém empossado, encampou o complexo que passou a ser apresentado a autoridades, instituições e organizações  do Brasil e dos países vizinhos.
Os estudos de inventário e os estudos de viabilidade técnica e econômica foram feitos por Furnas e Odebrecht. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou e o Ibama foi o órgão licenciador que emitiu a versão final do Termo de Referência, em setembro de 2004. Os empreendimentos deveriam ser tratados como um complexo e os estudos ambientais desenvolvidos de forma conjunta. Mais tarde, as eclusas foram excluídas e o sistema de transmissão licenciado separadamente, a pedido de Furnas.
Os desenvolvedores optaram por escolher as turbinas tipo bulbo para gerar energia, baseados no regime hidrológico do rio Madeira. Segundo eles, essas turbinas serviriam em baixas quedas, mas com uma vazão regular para que operasse sem restrições no rio Madeira.
Na época, Furnas e Odebrecht, defensores das turbinas tipo bulbo, argumentarm que a tecnologia era plenamente dominada pela indústria nacional. A usina de Tadami, no Japão, foi citada como referência, pois as turbinas teriam as mesmas características de capacidade individual, próxima a 70 MW.
As 44 (esse era o número no projeto original) turbinas do tipo bulbo, nas dimensões previstas, para gerar energia na UHE Santo Antônio e as outras 44 em Jirau, ainda, são inéditas no parque gerador brasileiro e no mundo. Na usina de Tadami, no Japão, foi utilizada, em 1989, apenas uma única turbina, num rio plácido, de águas transparentes e com características completamente diferentes de um rio amazônico e indomável como o rio Madeira.
Usina Tadami, Japão
As outras experiências mundiais com turbinas do tipo bulbo estão listadas no quadro abaixo:
Tabela que consta no Estudo de Viabilidade da UHE Santo Antônio 
Nenhuma delas, no entanto, atinge a vazão unitária de 561 m³/s ou tem o diâmetro do rotor de 8,15 m como as turbinas planejadas para as usinas do Madeira.  Seria inédito, um tiro no escuro e mesmo sem estudos conclusivos, três fabricantes garantiram que funcionariam.  Pelo menos essa conclusão foi descrita no capítulo 14 dos estudos de viabilidade (2004) da UHE Santo Antônio.
O Grupo Industrial do Complexo RioMadeira (GICOM), responsável pelo fornecimento de equipamentos eletromecânicos para a obra, tem 32,3% do  Consórcio Construtor Santo Antônio (CCSA). O Gicom é formado pelas empresas Alstom, Andritz, Areva, Bardella, Siemens e Voith. 
O teste da turbina que não deu certo
Tudo estava preparado, em dezembro de 2011, para o teste de performance da primeira turbina tibo bulbo da UHE Santo Antônio. Conta-se que a presidente Dilma Rousseff e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, estariam presentes para a inauguração da unidade geradora bulbo.
Alguma coisa, porém, não deu certo.  Já na terceira tentativa o funcionamento ou teste acabou ficando para janeiro de 2012. Também não deu certo. Informações dadas pelos responsáveis atribuiram a um defeito do mancal (suporte da turbina) que empenou e não deu conta do recado.  Muito estranho, pois com um time de primeira linha como o grupo Alstom, Andritz, Areva, Bardella, Siemens e Voith, dificilmente se esperaria problemas técnicos. Mas c'est la vie!
O teste foi então transferido para março de 2012, e até hoje (27) nada foi definido.  Outras informações, não oficiais, vindas do canteiro de obras, atribuem os problemas à vazão do rio Madeira e aos sedimentos que teriam danificado o rotor.  
Consórcio Construtor Santo Antônio certamente vai resolver os problemas que possam afetar o funcionamento da usina. A sociedade espera ansiosa, pois o custo social e ambiental decorrente das obras já está muito além daquilo que foi prometido ou licenciado no governo Lula. E Dilma acabou de assinar uma MP, alterando limites de Unidades de Conservação em Rondônia, para acomodar o reservatório da UHE Santo Antônio.
No final de 2006, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) contratou a consultoria de Sultan Alam (International Hidropower Association) um especialista internacional em sedimentos.  Em seu relatório (página 46) ele deixou a seguinte observação:
"Em um Projeto Hidrológico de Queda Baixa [hidrelétrica Santo Antônio, no rio Madeira], a malha de ar arrastado entra diretamente na câmara do rotor [da turbina] causando violenta flutuação de pressão resultando em grave vibração das turbinas e das estruturas da usina. Por isso, é recomendado que modificações estruturais adequadas que eliminariam ou atenuariam essa formação de turbilhões sejam desenvolvidas usando um modelo físico em 3D adequado." (grifo TM)

A destruição das margens do rio Madeira
No início de 2012 ficou evidente que havia algo muito errado com as obras da usina de Santo Antônio. A abertura das comportas criou um aumento da força das águas contra as margens do rio Madeira. O desbarrancamento acelerado da margem direita, que recebe diretamente a força das águas que passam pelos vertedouros, destruiu moradias e desalojou  dezenas de ribeirinhos. Um vídeo mostrou a formação de ondas provocadas pela força das águas na passagem pelas comportas.
No início, os representantes do Consórcio Construtor Santo Antônio (CCSA) -  Odebrecht Engenharia e Construção (líder); Consórcio Santo Antônio Civil (CSAC), formado pelas Construtoras Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez; e Grupo Industrial do Complexo Rio Madeira (Gicom) – tentaram se eximir da culpa. Depois iniciaram um trabalho de proteção das margens, com pedras, para evitar o progresso da erosão.
A Justiça, provocada por ações dos ministérios públicos de Rondônia, obrigou o consórcio a fazer as mudanças e hospedar em hotéis os desalojados do bairro Triângulo, o mais atingido. O problema continua sem solução e pode ter sido causado por alterações no projeto construtivo.
Quando o especialista internacional Sultan Alam foi contratado pela Aneel para acabar com as dúvidas sobre a vida útil e o assoreamento dos reservatórios das usinas, ele fez algumas considerações sobre o projeto da UHE Santo Antônio. Recomendou e desenhou um arranjo melhor das estruturas, que está em seu relatório, que pouparia recursos e problemas futuros a jusante.
O projeto de engenharia da UHE Santo Antônio parece confuso. Há três versões diferentes do desenho das estruturas da barragem e a que está sendo construída pode ser responsável pelos impactos de destruição da margem direita do rio Madeira.
Profissionais da área, que não quiseram ser identificados, apostam que o problema é do atrito dos sedimentos e vibração nas turbinas.  Também sugeriram que a alteração na posição do eixo do barramento se deu para que mais turbinas pudessem ser adicionadas.
Imagem Google earth
Agora as hidrelétricas Santo Antônio e Jirau estão, mais uma vez, paralisadas pela greve de trabalhadores. As greves, violência e destruição têm sido uma rotina nas hidrelétricas em construção no rio Madeira.  
Os impactos socioambientais se acumulam nas Hidrelétricas Malditas. 

6 comentários:

  1. Alem destas, outras improvisações podem ocorrer: acordo com países vizinhos podem levar ao aumento da vazão, resultado da operação de reservatórios (Inambari) que firmarão mais energia nas duas usinas.
    Aumento da quantidade de turbinas poderá ocorrer como já acontece em uma delas? E essas turbinas terão restrição de conteúdo nacional como já acontece nos equipamentos de exploração de petróleo?
    O mais curioso é que tudo isso acontece em um momento em que há excesso de geração de eletricidade segundo declarações inequívocas do próprio Operador Nacional do Sistema.
    MONOCULTURA DA ELETRICIDADE
    Não há urgência alguma na produção de eletricidade segundo o Operador Nacional do Sistema. O consumo equivocado de energia elétrica para fins térmicos já é de mais de 30% da eletricidade produzida no país, o que leva a utilização do excesso onde a eletricidade é menos eficiente do que a queima direta do combustível. Esta foi uma prática justificada no passado de um país dependente de petróleo importado, mas não agora que atingiu a auto-suficiência.
    O aproveitamento direto do gás natural para geração de calor é muito mais eficiente do que a utilização da energia elétrica gerada e utilizada para o mesmo fim térmico.
    A substituição da energia elétrica hoje utilizada para gerar energia térmica – calor de processo, aquecimento direto – levaria a uma redução significativa do consumo energético específico e, portanto, do custo real da energia útil para as indústrias.

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  2. CALOR EM VEZ DE ELETRICIDADE

    Num país especialmente privilegiado por potenciais hidráulicos a produção de hidroeletricidade é tamanha que o país pode se dar ao luxo de utilizar os cômodos e anacrônicos chuveiros elétricos ao longo destes últimos 50 anos, fornecendo eletricidade gratuita aos mais pobres e rurais fazendo “vista grossa aos famosos gatos”. O atavismo pela monocultura da eletricidade permanece até os dias atuais, mesmo depois de atingida a auto-suficiência em petróleo e gás.
    A situação climática foi tão favorável em 2011 que – com todos os reservatórios cheios no final da seca -- o ONS foi obrigado a dispensar o despacho de térmicas em 2011 e possivelmente 2012.
    As recém-licitadas usinas da Amazônia serão as maiores responsáveis pelo excesso de energia elétrica gerada até 2015.

    O ONS constata em 2011 um excesso de geração para a qual não existe demanda. Depois da crise o governo fez leilão de 4 hidroelétricas de grande porte concentradas na Amazônia, perfazendo cerca de 20 GW de capacidade instalada, justamente numa fase em que é declinante a atividade industrial que vai sendo agravada com o prosseguimento da própria crise mundial pela excessiva tributação da tarifa de eletricidade.
    Entretanto, não existe mais locais onde a água possa ser armazenada e é o próprio ONS que reconhece a necessidade de complementação térmica para suprir a crescente incapacidade dos reservatórios de auto-regulação do sistema. “Não há milagre,... será impossível operar o sistema elétrico brasileiro sem a existência de uma complementação das térmicas."
    Mas, se não há demanda para energia elétrica de acionamento indust¬rial, existe uma forte pressão mundial por alimentos e insumos básicos que requerem outra fonte de energia: do tipo térmico, geradora de calor em que é mais eficiente.

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  3. LEILÕES SEGREGADOS
    A presidente da Petrobras já se declarou pelos leilões por fonte específica, mas só as eólicas fazem sucesso regionalizado. Termoelétricas estão limitadas pelo fornecimento do gás comprometido com o outro monopólio da Eletrobrás. O governo está obcecado por hidroelétricas que geram impostos e por uma política industrial como a nossa , que se resume em estimular a venda de automóveis , sem exigir contrapartida da economia de combustível e poluição que só agrava não só o problema ambiental, mas leva ao colapso do trânsito nas grandes cidades. O mesmo acontece com o consumo para milhões sem os meios de supri-lo.
    O governo tenta postergar soluções para não fazer feio na reunião do clima que pode se transformar na "Rio menos 20". Usinas de biomassa e hidroelétricas sem reservatórios, naturalmente demoradas, são os principais obstáculo para realização de leilões de energia e exploração de petróleo. Entende que a aprovação, antes do evento, de um texto que agrade os ruralistas seja sinônimo de constrangimento internacional para o governo. Nesse caso ameaça com o veto o código ambiental para neutralizar a ira dos ambientalistas. Está mesmo difícil acomodar tantos gatos dentro do mesmo balaio em que se transformou o governo de coalizão.

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  4. AINDA VAI DAR POLÊMICA
    A rigor restrição de conteúdo não deveriam mais existir. Fez sentido na época na época do milagre quando o Brasil comprometia mais de 50% com importações de petróleo, ainda barato. Hoje o Brasil faz parte de um contexto globalizado no qual as empresas mais bem sucedidas são as que utilizam “redes de fornecimento” que contem componentes dos mais diversos lugares. Ora, sabidamente os componentes nacionais têm qualidade inferior e preços mais elevados por várias razões: encargos sobre tarifas, mão de obra, infra-estrutura logística, etc.
    Se for para depender de componentes nacionais o petróleo acaba saindo muito caro, inviabilizando a exploração. Parece que é exatamente esse o desejo da ANP com os sucessivos adiamentos.

    QUESTÃO DE CONTEÚDO
    Assim como na trapalhada dos carros importados o governo acaba protegendo os piores em detrimentos dos melhores.
    Importados entram porque são carros globais mais eficientes do que os globais dos países industrializados americanos e europeus. Nem a GM conseguiu vencer a concorrência dos carros asiáticos. Detroit acabou reduzida a 40% de sua população original. Troca importados da Coréia e da China pelos importados “a diesel” dos “nossos Hermanos” do MERCOSUL, que são nossos concorrentes do agronegócio.
    A maneira correta de proteger as montadoras que estão com os pátios abarrotados é tornando-as mais eficientes através de eletricidade mais barata e menores encargos na folha.
    No agronegócio e mineração somos imbatíveis graças ao subsídio ao diesel. Os asiáticos agradecem.
    O mesmo acontece nos leilões de petróleo: preferência pelos equipamentos de fabricação nacional ineficientes.

    PETRÓLEO VERDE

    De repente, com o aprofundamento da crise nos países industrializados, o petróleo já não é tão sujo quanto parece. Nem o carvão e até mesmo o Xisto betuminoso produtor do gás de xisto está fora de cogitação, reivindicado pelos gaúchos para ser inserido nos próximos leilões de térmicas convencionais, a exemplo de Candiota III.
    Com a retomada iminente da produção Líbia o preço do barril continuará em queda evidenciando que não é tão escasso como parecia a 1ª vista. Seria uma ingenuidade imaginar que China e Países industrializados venham abrir mão do carvão mineral em suas térmicas convencionais e na produção siderúrgica quando já está em curso a exploração do “Shaled gás” nas areias betuminosas do Canadá e países da Europa.

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  5. PAPAI NOEL
    "À mulher de Cezar não basta ser honesta, tem de parecer honesta".
    Preço baixo da gasolina não quer dizer inflação mais baixa. Faz apenas parecer que a inflação está dentro meta. Inflação é um fenômeno monetário, mas, como preços da gasolina e álcool é monitorado nas distribuidores, o governo teme a ira dos usuários que foram estimulados a comprar automóveis.
    Gasolina abaixo do preço de mercado leva o usuário a esticar a viagem, estimulando o consumo, da mesma forma que a redução de IPI estimulou a compra carros flex.
    O governo só não quer decepcionar o comprador do carro novo até a pasqua que se aproxima.
    Mais cedo ou mais tarde vai ter de produzir petróleo e construir estradas e ruas para esses carros novos circularem. A nova Presidenta da Petrobras já emite sinais de que a gasolina venha a ser aumentada, mas é cautelosa de bater de frente com a política anti-inflacionária do BC.

    DERIVADA
    Inflação baixa não quer dizer preço baixo, mas variação de todos os preços ao longo tempo, ou seja, a sua derivada. Também não pode haver preços constantes, espécie de congelamento. Só produz distorções. Alguma variação estimula crescimento. Não importa a meta, digamos 4.5%, desde que não variável (derivada 2ª).
    Diante da crise ficou mais fácil produzir gás e gasolina em áreas já delimitadas. Concentrar na produção de álcool anidro obrigatório já é mais do que o país é capaz de produzir para exportação. E, como combustível de “calor de processo ou de turbinas de álcool, em desenvolvimento.
    É claro que o álcool continua sendo produzido para atender taxis, mas é muito mais vantajoso exportar tecnologia de produção para países ainda mais pobres.

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  6. ELETRICIDADE DEMAIS E CARA DEMAIS
    Porque a Vale deveria investir em siderurgia num momento em que há excesso de produção de aço e as cotações do minério de ferro aumentam com força ano após ano? Não temos meios de impedir que a China – ironicamente o maior produtor de minério do mundo, maior do que o Brasil – inunde o mercado mundial com aço e alumínio, utilizando meios predatórios.
    Além da escalada de preços do minério e da sobra de aço no mundo, ele levanta duas questões que podem colocar em xeque a conveniência de a empresa apostar na siderurgia. A primeira é que, se entrar agressivamente nesse mercado, a Vale passará a concorrer com seus principais clientes.
    O segundo ponto é que produzir aço consome muita energia elétrica, o que não ocorre com a extração de minério de ferro.
    O mais interessante é participar da CSA para garantir compra deu seu próprio minério para neutralizar as siderúrgicas de produzir elas próprias em concorrência cm a vale.

    Minério é melhor negocio do momento enquanto produtos industriais caem mais depressa.

    Há maniqueísmo de muitos economistas brasileiros, que consideram a produção de bens de maior valor agregado como algo intrinsecamente bom. "A questão é que não é algo absoluto. A rentabilidade hoje de produzir minério de ferro é muito maior do que a da siderurgia. O que é melhor para a empresa, ser a Vale ou a Usiminas?"
    "E as empresas de commodities não operam num enclave. Elas estão integradas à economia, gerando demandas por produtos manufaturados e serviços nas suas cadeias", conclui ele.
    As exportações brasileiras de soja, uma commodity, têm mais conteúdo
    tecnológico que as de telefones celulares, um produto manufaturado. Enquanto a produção de soja envolve um investimento grande em sementes, química fina e biotecnologia, a de celulares muitas vezes se limita a montagem de componentes importados.

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Ferrogrão – soja no coração da Amazônia

Estudo Preliminar 3 - Ferrogrão e a Soja na Amazônia                                                        Imagem: Brasil de Fato   ...