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Mostrando postagens de 2015

"Belo Monte talvez seja a maior tragédia prática do atual projeto de desenvolvimento do país" (Antônia Melo)

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A última das "moicanas". Minha heroína, Antônia Melo. Ouvi-la  me dá uma dor imensa. Simboliza o fracasso de uma era, apesar de todas as batalhas travadas contra o monstro chamado Belo Monte. (TelmaMonteiro) Antônia Melo e eu  Encontro dos 4 Rios, em Itaituba, Pará, em agosto de 2010 Central Autônoma #74 Belo Monte 02/10/2015 | por:  Leandro Iamin "Belo Monte talvez seja a maior tragédia prática do atual projeto de desenvolvimento do país. Por isso, conversamos com Antônia Melo, líder do Movimento Xingu Vivo Para Sempre, que acabou de ser despejada de sua casa pelo consórcio administrador da usina. Ela nos contou como este fato se desenrolou e do caos que a cidade de Altamira já vivencia em seu cotidiano." "Uma das fundadoras do PT na cidade e região, Antônia denuncia todos os atropelos que marcaram o processo de liberação e execução de obras, a seu ver determinado de cima para baixo desde o início. Além disso, faz uma forte crítica às composiç

A encruzilhada Munduruku: depois de séculos defendendo o Tapajós, barragens ameaçam os vivos e perturbam os mortos

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Guerreiros Munduruku - Foto: Telma Monteiro Relato enviado pelo Ministério Público Federal no Pará,  Assessoria de Comunicação Na XI Assembleia Munduruku na aldeia Dace Watpu, em Itaituba, cerca de 400 lideranças das aldeias no alto e no médio curso do rio reafirmam a disposição de resistir às hidrelétricas Na aldeia munduruku Dace Watpu, na margem do rio Tapajós, próximo do município de Itaituba, no Pará, caciques, guerreiros, moças e crianças se enfileiraram, no último dia 24 de setembro, para esperar a chegada dos convidados, pesquisadores, apoiadores não-índios (pariwat, na língua munduruku) e o procurador da República no Pará Felício Pontes Jr. Cantando, conduziram os convidados ao local das reuniões da XI Assembleia Munduruku do Médio Tapajós. Já reunidos no barracão central da aldeia, as vozes se calaram para ouvir um menino de não mais do que sete anos, que cantou para todos mostrando que a língua e a cultura munduruku seguem vivos nas novas gerações (assista ao víd

Hidrelétricas e mineradoras na bacia do rio Tapajós

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Mapa: EIA/RIMA de S. Luiz do Tapajós - Edição: Telma Monteiro Telma Monteiro Região em que as mineradoras de ouro canadenses estão atuando no Tapajós e Jamanxim. Nas Unidades de Conservação, Floresta Nacional Itaituba I e próximo ao Parque Nacional do Jamanxim e dos projetos hidrelétricos planejados no Tapajós.

Mineração na região de Belo Monte e Tapajós: já é realidade

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Por Telma Monteiro Energia de Belo Monte, vai para... Escolha as opções! Belo Monte e os investimentos da indústria mineral. Alguma relação? O outro projeto de mineração de ouro da Belo Sun Mining Corp. está no Tapajós. O projeto Patrocínio está junto de outros projetos de mais mineradoras canadenses no interior da APA do Tapajós, região entre o rio Crepori e Jamanxim. É nesse trecho do rio Tapajós e Jamanxim que está planejado o Complexo Hidrelétrico Tapajós. O mapa mostra os projetos de mineração de ouro que mais uma vez coincidem com a região em que o governo federal quer construir hidrelétricas.

Energia elétrica, ambiental e socialmente limpa, por Luciane Lucas dos Santos

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1 O artigo abaixo foi escrito por  Luciane Lucas dos  Santos, na Revista Crítica de Ciências Sociais, de Coimbra, Portugal.  Título da página eletrónica: Energia elétrica, ambiental e socialmente limpa   [Texto integral] URL:  http://telmadmonteiro.blogspot.pt Revista Crítica de Ciências Sociais O blogue “Energia elétrica, ambiental e socialmente limpa”, alimentado regularmente pela ativista socioambiental Telma Monteiro, é uma excelente fonte de informação para aqueles que querem conhecer em pormenor os impasses e impactos relativos aos projetos de infraestrutura na Amazônia, com particular atenção à Amazônia Brasileira. 2 Nas matérias assinadas por Telma Monteiro – que também podem ser consultadas em blogues como Correio da Cidadania ( http://www.correiocidadania.com.br ) e Língua Ferina ( http://candidoneto.blogspot.pt ) –, os temas abordados são bastante atuais e polémicos, o que amplia a relevância dos dados técnicos e das análises políticas disponíveis para

Impactos ambientais também são sociais?

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  Matéria da Revista Greenpeace João Akira Omoto, há mais de 15 anos no Ministério Público Federal (MPF) e há 11 anos no Grupo de Trabalho Grandes Empreendimentos do MPF. "Paralelamente a isso, são frequentes os ataques ao licenciamento ambiental, com o claro objetivo de fragilizá-lo, imputando-lhe muitos dos dissabores decorrentes da incompetência técnica e política da intervenção estatal na economia. Ora o licenciamento é muito lento, ora muito complexo, ora precisa ser fracionado para que as avaliações de impacto sobre o meio socioeconômico sejam remetidas para outras instâncias." João Akira Omoto  "No Brasil, as grandes obras vêm historicamente deixando um passivo socioambiental enorme, por desconsiderarem essas premissas. A falta de participação nos processos decisórios leva a questionamentos quanto à legitimidade das escolhas realizadas, pelo enforcement das medidas de intervenção, seja para autorizar o uso de recursos ambientais, seja para compensá-los (q

Belo Monte: como estão os indígenas isolados na área Ituna/Itatá?

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A presença de indígenas em isolamento voluntário na região dos rios Xingu e Bacajá tem sido descrita desde a década de 1970 [1] . Há estudos e testemunhos que comprovam sua presença nas cabeceiras do Igarapé Ipiaçava e de um grupo isolado (ou grupos isolados) na Terra Indígena (TI) Koatinemo.  Belo Monte foi planejada para ser construída próxima às áreas de perambulação desses grupos de isolados. Telma Monteiro Uma representação sobre irregularidades no processo de licenciamento de Belo Monte foi entregue ao MPF do Pará no final de 2010. A construção foi aprovada pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Todas as instituições envolvidas no processo de Belo Monte serão responsabilizadas pela extinção de povos indígenas em isolamento voluntário e pela destruição de terras indígenas. Ameaças sérias colocam em risco a sobrevivência de indígenas em isolamento voluntário na Amazônia e chamam a atenção pelo descaso com que têm sido tratadas pelo governo brasileiro, pelas institu

Hidrelétricas no Tapajós: Odisseia Munduruku

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 Cacique geral do povo Munduruku, Arnaldo Kabá. Foto: economiauol Telma Monteiro Eles vão em busca da utopia para adicionar um tanto de sonho às ambições dos jovens guerreiros sem destino delineado. A insegurança é o pior inimigo contra o qual, hoje, os indígenas têm que lutar. (Telma Monteiro) Como estamos em plena campanha de mobilização nacional indígena, achei uma boa oportunidade insistir na divulgação desse plano hediondo de construir projetos hidrelétricos nos principais rios da Amazônia. Falar do desastre que tem sido Belo Monte parece repetitivo. Mas não é. Belo Monte é e sempre será o ícone maldito que retratará um dos piores capítulos da história indígena em território brasileiro. Da profanação do território sagrado até o véu místico formado por centenas de cânticos e rimas que ecoam nas pedras e nas águas dos rios. A pressão dos engolidores de floresta acabará se perdendo nos escaninhos da história.  O silêncio descerá sobre o lugar sagrado e