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Mostrando postagens de março, 2015

UHE São Luiz do Tapajós: EIA/RIMA analisado pelo Ibama não comprova a viabilidade do empreendimento

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Rio Tapajós. Imagem: brasildefato Telma Monteiro Entre setembro de 2014 e março deste ano, um conjunto de pareceres técnicos emitidos pelo Ibama, Funai, Iphan e Ministério da Saúde apontam os erros e omissões dos estudos ambientais das UHE São Luiz do Tapajós. O EIA terá que ser praticamente refeito, tantas são as complementações necessárias pedidas pelos técnicos do Ibama. Já em setembro de 2014, o Iphan considerou que o “Diagnóstico Arqueológico Interventivo na Área de Abrangência da AHE São Luiz do Tapajós” apresentado pela Eletrobras e CNEC WorleyParsons, para subsidiar a Licença Prévia (LP), precisava de complementações e se manifestou pelo seu indeferimento. A partir daí os pareceres que atestavam a inviabilidade do empreendimento se sucederam. Eles descrevem as lacunas e deficiências do conjunto de 25 volumes, 24 volumes de anexos e 13 volumes de mapas temáticos (62 volumes no total), do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Respectivo Relatório de Impacto Ambient

Belo Monte: mega-propina, mega-riscos e mega-custos. E o BNDES?

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O relatório  “Mega-projeto, Mega-riscos” , publicado em 2010, alertou que Belo Monte seria uma mega-obra com mega-riscos para a sociedade. Esse relatório nunca foi tão atual.   Hoje (25) as notícias veiculadas pela mídia nos dão conta de que o diretor-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, denunciará o pagamento de mais de R$ 100 milhões em propina pagos para fazer Belo Monte. A análise dos custos feitos no relatório é um claro indício que só poderia haver falcatrua já que o projeto não se sustenta economicamente. Não dá para pagar tudo isso de propina se não houver sobrepreço.   Por que, então, o BNDES ignorou a avaliação dos riscos, também apontados no relatório , que assombram o empreendimento, desde que ele foi planejado? As recentes denúncias de propina em Belo Monte, já desencadeadas durante a operação Lava Jato, talvez nos tragam as respostas. Telma Monteiro O Banco Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está financiando 80% do cust

Potencialidade mineral na região da planejada hidrelétrica São Luiz do Tapajós. Um risco para o rio Tapajós.

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Foto: Mapas EIA da UHE S. Luiz do Tapajós/ Editado por Telma Monteiro Telma Monteiro Ao analisar o processo de licenciamento da hidrelétrica São Luiz do Tapajós, que tramita no Ibama, encontrei um mapa do potencialidade mineral. Editei um pedaço que mostra todo o futuro reservatório, se ela sair do papel. A grande surpresa ficou por conta da extensão da potencialidade de ouro. A legenda do mapa mostra a potencialidade de ouro, diamante, calcário, argila e granito e a sua gradação.   É impressionante a riqueza que será exposta se São Luiz do Tapajós for construída. Como seria explorado esse potencial? Quem o exploraria? Quem fiscalizaria? Estou também adicionando a lista de concessão de lavra garimpeira do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) que consta de outro mapa (Jazimento Mineral) que abrange a região que vai da barragem até o final do reservatório.  O rio Tapajós não é só um rio magnífico, é também um rio estonteantemente rico em ouro. Essa pode s

Os custos de Belo Monte: indícios para a Lava Jato investigar

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Canal de desvio das água do rio Xingu. Foto: cimentoitambe Por Telma Monteiro Os custos da hidrelétrica Belo Monte que está sendo construída no rio Xingu, no Pará, já estão  beirando os R$ 31 bilhões . Foi em 2010 que Belo Monte saiu dos R$ 16 bilhões iniciais para os R$ 19 bilhões. Depois pulou para R$ 25 bilhões e daí para R$ 28 bilhões. Em quatro anos, o custo quase dobrou. Não dobrou, porém, a expectativa de geração de energia. Com capacidade instalada de 11 mil  MWh , Belo Monte mal vai chegar a produzir 4 mil  MWh  na maior parte do ano. Isso se ficar pronta. Depois de vencer o leilão de venda de energia de Belo Monte, em abril de 2010, o consórcio Norte Energia corrigiu a estimativa de investimentos de R$ 19 bilhões para R$ 25 bilhões. O BNDES é o financiador, já tendo repassado R$ 22,5 bilhões. A concessão é de 35 anos e a receita da comercialização dessa energia, feitas as contas, passará dos R$ 100 bilhões. Tomara que as investigações da Lava Jato incluam esses c

TCU quer respostas do MME sobre a crise de energia elétrica. MME se recusou a responder.

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Foto: envolveverde.com.br Em suma, o MME deu o seguinte recado ao TCU: que ele não se meta, pois não tem competência para questionar os órgãos do setor elétrico atrelados umbilicalmente ao Poder Executivo e por ele usado politicamente. P or Telma Monteiro O Tribunal de Contas da União (TCU) fez uma auditoria para avaliar a segurança, eficiência e sustentabilidade do abastecimento do mercado nacional de energia elétrica e das políticas e ações dos agentes do setor elétrico.     Como resultado da auditoria, em 2014, o acórdão 1.171/2014-Plenário, o Tribunal de Contas da União determinou ao Ministério de Minas e Energia (MME) que apresentasse estudos de custo/benefício econômico e socioambiental referentes à escolha por tecnologias de geração de energia no Brasil. Determinou, também à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que enviasse uma relação das obras de geração e transmissão de energia elétrica e justificasse as causas dos atrasos e a previsão da entrada de op