Complexo Tapajós

Resistência às usinas planejadas para o rio Tapajós



Clique para baixar a Cartilha Tapajós Vivo II


Oficina Comunitária: Resistência às hidrelétricas planejadas para o rio Tapajós


“Agora eu acredito que nós podemos vencer esta luta”.
Seu Loro (Jutaí)

Comunidade de Patos – Rio Tapajós – Itaituba - PA
30 e 31 de julho de 2011

Dia 30.07 – Sábado
10h30 - Abertura/ Apresentação
Tairine Braga (Aliança Tapajós Vivo)
- Dá boas vindas a todos e fala dos objetivos da oficina. Comenta sobre a importância das pessoas serem informadas sobre os dois lados dos projetos que estão planejados e que, se implementados, as afetarão diretamente;
- Em seguida, cada pessoa presente se apresentou (nome e comunidade/localidade);


Clique aqui para ler a Carta Aberta de Montanha – Mangabal


Exterminadores de sonhos e vidas

Não creio que o tempo
Venha comprovar
Nem negar que a História
Possa se acabar
Basta ver que um povo
Derruba um czar
Derruba de novo
Quem pôs no lugar
(Gilberto Gil)

No mundo da opressão, da truculência, do neototalitarismo, do mercado, do consumo, do capital, a irracionalidade é soberana. O fim dos tempos não é força de expressão, é literal. O fim da história deixa de ser teoria liberal para representar o fim da humanidade. São os exterminadores de sonhos e de vidas.
Madeira, Araguaia, Tocantins, Xingu, Teles Pires, Jamanxin, Tapajós, não são mais rios. São fontes energéticas para as grandes empresas, indústrias, mineradoras. São fontes de dinheiro fácil e certo, recursos públicos para empreiteiras. São fontes de poder, conchavos, acordos espúrios que alimentam governos, empresários e políticos corruptos.
O Complexo Hidrelétrico do Tapajós, projeto que engloba a construção de 05 grandes barragens nos rios Tapajós e Jamanxin, Estado do Pará, apresentado pelo governo brasileiro em 2009, entre outros danos alagará mais de 200 mil hectares de florestas preservadas, localizadas em Unidades de Conservação Federais e Terras Indígenas.
Os técnicos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) realizaram análise sobre o projeto apresentado pelo governo, e informaram através do Memorando nº31/2011 que “O projeto apresentado não indica nenhuma medida mitigadora, ou faz referencia sobre quais as providências que serão tomadas em relação à vegetação e a fauna que serão atingidas pelo alagamento”.
A genial saída que o governo encontrou para poder inundar Unidades de Conservação que legalmente não podem ser afetadas, algumas destas criadas há quase 40 anos, é emitir uma Medida Provisória reduzindo o tamanho destas áreas. Assim, como num fantástico passe de Leon Mandrake, o problema desaparece. Cômico ou trágico?
Em nome de um desenvolvimento autofágico o governo brasileiro, desvairadamente, alucinadamente, segue com seu plano de barrar os rios, obstaculizando a vida na Amazônia. Não existem considerações técnica ou parâmetros jurídicos que o faça recuar desta insanidade.
Com tudo isso, nos manifestamos contra a redução no tamanho das Unidades de Conservação no Tapajós, locais que contribuem com a vida e o futuro de ribeirinhos, indígenas, quilombolas, extrativistas, pescadores, povos das zonas rurais e urbanas. Exigimos que o governo brasileiro abandone completamente este projeto de destruição e morte, que apenas beneficiará os donos das grandes industrias, empreiteiras e mineradoras, e incrementará o caos social e ambiental na região.
Acreditamos que a saída para os povos do Tapajós é continuar resistindo. Lutando pela vida dos rios, da floresta, pelas suas próprias vidas, de seus pais, de seus filhos. Mostrando que o fim da história ainda não chegou, pois o fim da história é a felicidade para os seres humanos, e não para o mercado e o lucro econômico.

Itaituba, Santarém, e Belém, 15 de julho de 2011

ASSINAM ESTA NOTA:
- Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes (APACC)
- Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG)
- Associação Indígena Tembé de Santa Maria do Pará (AITESAMPA)
- Associação dos Empregados do Banco da Amazônia (AEBA)
- Associação dos Concursados do Pará (ASCONPA)
- Comissão Pastora da Terra (CPT/PA)
- Conselho Indigenista Missionário Regional Norte II (CIMI)
- Comitê Dorothy
- Companhia Papo Show
- Coletivo de Juventude Romper o Dia
- Central Sindical e Popular CONLUTAS
- Diretório Central dos Estudantes/UFPA
- Diretório Central dos Estudantes/UNAMA
- Diretório Central dos Estudantes/UEPA
- Federação de Órgãos para Assistência social e educacional (FASE - Amazônia)
- Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense (FMAP)
- Fundação Tocaia (FunTocaia)
- Fórum da Amazônia Oriental (FAOR)
- Fórum Social Pan-amazônico (FSPA)
- Fundo Dema/FASE
- Grupo de Mulheres Brasileiras (GMB)
- Instituto Amazônia Solidária e Sustentável (IAMAS)
- Instituto Universidade Popular (UNIPOP)
- Instituto Amazônico de Planejamento, Gestão Urbana e Ambiental (IAGUA)
- Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade do Estado do Pará (MMCC-PA)
- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
- Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
- Movimento Luta de Classes (MLC)
- Mana-Maní Círculo Aberto de Comunicação, Educação e Cultura
- Movimento Hip-Hop da Floresta (MHF/NRP)
- Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)
- Partido Comunista Brasileiro (PCB)
- Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU)
- Rede de Educação Cidadã (RECID)
- Rede de Juventude e Meio Ambiente (REJUMA)
- Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH)
- Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal do Pará (SINTSEP/PA)
- Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN)
- Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Gestão Ambiental do Estado do Pará (SINDIAMBIENTAL)
- Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Belém e Ananindeua

17 comentários:

  1. Parabéns pela luta. Torço por vocês. A nossa maior riqueza é a natureza que temos.
    Continuem fortres na luta contra a estupidez humana!

    Gustavo Reolon

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  2. E o progresso onde fica,quando falta luz uma ou duas horas todos ficam malucos...
    Comunidades ribeirinhas do rio Tapajos reclamam por não terem luz...
    É so visitar Pimental,São Luiz do Tapajos, Rayol,Buburé entre outras...
    Tem muitos lideres comunitarios levando vantagem escondidods atraz do escudo MAB...

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  3. Não seja ingênuo, a energia produzida nessas hidreletricas não vai beneficiar os ribeirinhos, mas, sim, as grandes companhias instaladas na Amazônia.

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    1. É claro que a energia não ficar na região,pois o valor de megawatts produzido será grande.
      Mas pode ser criado um planodiretor qual poderá beneficiar as comunidades vizinhas e minicipios. Jacareganga um municipio sem luz que vergonha,será que os ambientalistas se preocupam com isso,tbm com saneamento dos municipios um absurdo. Que venha o progresso e não gente atraz de verba para se calar e parar de criticar,que venham lutas em pro do povo em busca de seus direitos e uma condiççao de vida melhor.Se alguma comunidade vai ser atingida por que não lutar por uma nova moradia com saneamento e agua tratata.
      O interesse em lutar contar o empreedimento rende muito mais verba que lutar pelo povo....acompanho isso em varios empreendimentos em todo nosso Brasil...

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  4. Lamento. Como há hipocrisia neste mundo... Telma Monteiro, imagino que você deve morar num apartamento ou casa com luz elétrica, eletrodomésticos, televisor, ar-condicionado, computadores e quem sabe elevadores. Telma é esse estilo de vida confortável que sobrecarrega o sistema elétrico e financia a construção de hidrelétricas. O carro que vc anda é que financia as empresas de minério que sobrecarregam o sistema elétrico, esse seu brinco que aparece na foto pode ter financiado o garimpo. Os móveis em madeira e mdf financiam o desmatamento e a extração de petróleo. Ou seja o problema está no Brasil ter que sustentar um estilo de vida do tipo "confortável" que muitos pseudo-ambientalistas vivem. Lamento, o erro está nesse estilo de vida tipo o seu e as hidrelétricas são uma consequência disso. Nós indígenas temos que escutar seu blá-blá-blá contra usinas, mas nós não andamos de carro, usamos computador quando vamos na cidade e não usamos jóias e não temos ar-condicionado e temos que pagar um preço. O preço por pessoas da cidade como você continuarem usufruindo de seu conforto. Eu e minha família sou indígena e tenho que ver essa hipocrisia do povo da cidade. Mas muitos fazem alarde só para ganhar dinheiro da própria usina e seguem com seus modos de vida confortáveis. Esta é minha nota de repúdio ao estilo de vida "confortável" pois até mesmo eólicas e solares são altamente prejudiciais, pois a primeira demanda de grandes quantidades de minério de cobre e aço assim como os painéis fotovoltaicos cuja produção requer minerais raros. Ou seja, não é o tipo de usina, mas sim o estilo de vida que ambientalmente temos que pagar.

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    1. Tambem acho, hidreletricas são só uma consequencia de um estilo de vida. Até os avioes que viajamos demandam de grande quantidade de aço, alumínio, cobre para fazer a liga aeronáutica. Hoje ninguem, mesmo ambientalistas, quer mais viajar longas distâncias de carro... então financiamos a exploração mineral e elétrica. Parabéns aos ambientalistas que ficam correndo igual cachorros atrás do rabo, no fim quem gera o problema é de fato o estilo de vida.

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    2. Arajuarana, obrigada pelo comentário. Infelizmente vou decepcionar você: não moro em apartamento, moro no meio do mato, Mata Atlântica, minha casa é de madeira reciclada, para chegar a São Paulo tenho que percorrer 12 quilômetros de terra que quando chove inviabiliza qualquer compromisso (perco voos de trabalho, por exemplo), para ter Internet tive que abrir um processo contra a Telefonica, a energia elétrica é intermitente, não tenho ar- condicionado, mas tenho carro até porque seria impossível morar por aqui (que não tem transporte público a não ser duas vezes ao dia e quando chove não tem) e as crianças ficam sem aulas uma semana como é o caso desta, pois choveu durante 5 dias e a estrada ficou interditada. No verão ficamos sem energia até por 48 horas quando as árvores caem sobre a rede da Eletropaulo que, convenhamos, é a pior das concessionárias. Já sei, você está achando que moro no interior da Amazônia, né? Errado, moro na Grande São Paulo, em linha reta estou a 60 quilômetros da Praça da Sé. Viu? Sou vítima também e aproveitei para pensar numa forma de combater e ser ativista em vez de criticar quem tem todas essas facilidades, que são um direito do cidadão. Abraço

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    3. Telma, e o que tem feito pela sua comunidade aí ao seu redor ?

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    4. Obrigada por visitar meu blog. Você poderá obter minha resposta se se identificar e parar de se esconder no anonimato!

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    5. Olá a todos. Tudo bom Telma?
      Então, não conheço a região onde o Sr(a) Anônimo reside e nem a sua região em São Paulo. Porém, agradeço a sua iniciativa de denunciar as mazelas que acontecem na Região do Tapajós. Se não fosse o teu blog, muitas pessoas inclusive eu mesmo não estaria sabendo o que acontece e está para acontecer nessa região, uma vez que, as únicas notícias que temos sobre o local é quando um avião cai.

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    6. A Comunidade de Pimental está situada às margens esquerda do rio Tapajós, município de Trairão, no Sudoeste do estado do Pará, a 45 km da sua sede, com uma população de aproximadamente 621 habitantes. Sua economia está centrada na pesca ornamental de pequenos peixes coloridos encontrados no rio Tapajós, nos trechos onde o rio é, mas raso e cheio de pedras e na pesca artesanal do peixe de consumo. Parte da renda local também vem do garimpo e da agricultura familiar. Portanto, são dessas atividades econômicas que a população pimentauense sobrevive.

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  5. Prezada Telma, os comentários de Arajuarana são antigos, mas creio que este artigo pode ajudar em futuras respostas a questionamentos como o dela;
    o texto é bem didático pra entender pra onde vai a energia de hidrelétricas como Belo Monte, Tapajós etc.; por ex.: cada tonelada de alumínio (uma única fundição da ALCOA fundi cerca 450 ton/ano) consome eletricidade equivalente ao de uma casa de classe média por 12 anos... cada uma das fundições de alumínio (e só alumínio) consome por ano o equivalente ao que consomem 5.625.000 residências de classe média... tem muito mais no documento, abraço.
    http://www.ifch.unicamp.br/profseva/EM975_textoL2_SEVA_alfabetiza%20energ_1eletricidade_fev2011.pdf

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  6. ha! Telma, ia esquecendo, a maior parte desse alumínio vai para exportação, ou seja, nós não o consumimos, abraço.

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  7. Muito bom suas explicações e ações em defesa do meio ambiente, exclusivamente, a biodiversidade de nossa região.!!!

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  8. Muito bom sua defesa em prol da biodiversidade da região! A região da amazonia precisa acordar e lutar pelo qualidade de vida que existe em nossa região relegada pelo desenvolvimento progressista. Avante!!!

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  9. Boa noite Telma,

    Gostaria de conhecê-la, acredito que tenhamos interesses em comum. Falo em nome de nossa ONG: www.proriogrande.org.br. Meu nome é Márcio. Participamos da causa Ambiental no ABC paulista e em Santarém. Pó. Gentileza deixe uma mensagem em nosso site de como posso contatada. Atenciosamente.Marcio.

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