Marimop Suruí Paiter, um sobrevivente que ajudou a reerguer sua Nação


Marimop Suruí Paiter, um sobrevivente que ajudou a reerguer sua Nação
  
A Nação Surui Paiter fica órfã de um grande homem, uma pessoa que carregava consigo um balaio de conhecimento sobre suas tradições, respeito à natureza e adaptação às bruscas mudanças em sua cultura impostas pelo contato compulsório com o mundo ocidental eurocêntrico.
 
Marimop Surui Paiter viveu no planeta Terra por mais de oitenta anos, não se sabe ao certo em que ano nasceu, isto não parecia importante para ele. Tempo suficiente para apreender as formas, ritos e sons de uma sociedade onde o bem estar coletivo era prioridade.
 
À época do contato com os "brancos", Marimop já deveria ter quarenta e poucos anos, se pudéssemos ver, assitiríamos em seus olhos suas memórias dos tempos em que, com os seus, às margens de algum rio Amazônico, quando participava do Mapimaí (ritual de purificação inter-clãns Surui Paiter). Quando se defendia dos ataques de outros povos que eventualmente cruzavam os mesmos caminhos e interesses ou quando viu o homem branco pela primeira vez.
 
Ele foi sobevivente do pós contato, da onda de pestes que dizimou mais de 80% do seu povo. Também assistiu o reerguimento de sua nação, que mesmo com todas as vicissitudes, mantiveram seu idioma e suas tradições.
 
Marimop nos deixou hoje, 28/08/2011, perto da meia noite, seus olhos se apagaram quatro dias após participar de seu último ritual Mapimaí onde pode assistir seu filho Almir Suruí na posição de Labiway eSaga - líder maior do Povo Suruí Paiter, conduzir firmemente seu clã, Gamebey, durante a realização dos ritos. Pôde ver também seus netos participando dos festejos como faziam os antigos. Com a certeza de que seu povo está em boas mãos ele se vai consciente de que tudo que ajudou a preservar será mantido pelas próximas gerações.
 
Força, paciência e perseverança são os votos de todos os membros da Organização Kanindé aos nossos parentes Surui Paiter, que a vida de Marimop Surui Paiter sirva de exemplo a todos nós e que sigamos na luta por nossos direitos e preservação das culturas, como ele o faria.
 
Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, Porto Velho, RO

Comentários

  1. TÉRMICAS NO LUGAR DE HIDROELÉTRICAS

    O excesso de geração hidráulica – constatada pelo ONS - leva ao consumo equivocado de energia elétrica para fins térmicos que já é de mais de 30% da eletricidade produzida no país.
    A substituição por gás natural mais eficiente na produção de calor e frio levaria a uma redução significativa do consumo energético específico e, portanto, do custo real da energia útil para as indústrias.
    Esta é a grande oportunidade para a geração distribuída através de usinas combinadas de co-geração, que permitem a produção dos dois tipos de energia ao mesmo tempo com elevados rendimentos: térmica (calor de processo) e eletricidade.
    O país gera um excesso de energia elétrica justamente numa fase em que é declinante a atividade industrial por razões estruturais. O tipo de energia que o país mais precisa no momento é de energia térmica, petróleo para acionamento dos tratores e máquinas do agronegócio e mineração, especialmente o gás para suprimento de termelétricas de complementação. Razões de sobra para o não adiamento da 11ª rodada exploratória de petróleo em campos terrestres e do pós-sal.
    As recém-licitadas usinas da Amazônia serão as maiores responsáveis pelo excesso de energia elétrica gerada até 2015.
    Se não houver consumo em razão do atraso na construção de linhas a energia elétrica produzida acabará utilizada localmente na produção de eletro intensivos e siderurgia, de maneira menos eficiente, sem condições de concorrer com a produção de países que utilizam combustível fóssil, inclusive a nossa própria.

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  2. REFLEXOS DO LEILÃO DE A3 E A5
    A portaria 514 publicada hoje altera a portaria nº 498/11, que define as condições do leilão A-5 de 2011. Nas usinas, com autoprodutores, 30% da energia poderá ser destinada para esses agentes, no mínimo 20%, e mercado livre, o restante O porcentual foi elevado pelo governo atendendo a um pleito dos auto-produtores de energia, que são grandes empresas mineradoras, siderúrgicas e empresas de alumínio.

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