Vencedor de Jirau quebrou regra do leilão, diz Odebrecht

Folha de S. Paulo

Empresa estuda pedir cancelamento da licitação

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do Conselho de Administração do grupo Odebrecht, Emílio Odebrecht, disse ontem que o consórcio vencedor do leilão da usina de Jirau, no rio Madeira, quebrou as regras do edital de licitação do empreendimento, elaborado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Odebrecht disse que o grupo decidirá na próxima semana se ingressará na Justiça para pedir o cancelamento da licitação, vencida pelo consórcio rival, Energia Sustentável -controlado pelo grupo franco-belga Suez (50,1%), com participação das construtora Camargo Corrêa (9,99%) e das estatais Eletrosul (20%) e Chesf (20%).
"As indicações iniciais mostram que houve quebra de regras. Tanto que já alertamos as instituições competentes para verificar se houve ou não houve. Mas uma coisa é afirmar, não podemos afirmar. Achamos que tem indícios."
O executivo disse ainda que não pode "aceitar quebra de regras, quebra do Estado de Direito". "Diante do que já temos, há consciência de que houve alteração das regras do edital."
O consórcio vencedor alega que pretende alterar o projeto para economizar US$ 1 bilhão na construção das usinas e reduzir impactos ambientais. Para isso, foi necessário mudar a localização do projeto em 9 km -o empreendimento já havia recebido, no ano passado, licenciamento ambiental prévia.
Para a outra usina do rio Madeira, a de Santo Antônio, Odebrecht afasta tal possibilidade: "Não consideramos mudar a localização. Esse estudo foi feito há muito tempo e avalia todo o rio Madeira. Concluiu que os melhores locais para fazer Santo Antônio, Jirau e outros [empreendimentos] estão definidos do ponto de vista econômico e ambiental. E foi aprovado pelos órgão competentes."
O consórcio liderado por Furnas (39%) e o grupo Odebrecht (18,6%) saiu vencedor do leilão de Santo Antônio, ao propor tarifa de R$ 78,87 por MWh. Já a Energia Sustentável levou Jirau com proposta de R$ 71,40 por MWh.

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